AEB: “se nada for feito, teremos que nos contentar em ser colônia e só exportar commodities”

Rio de Janeiro – “Se nada for feito vamos ter que nos contentar em ser uma colonia comercial do mundo industrializado. Vamos exportar só commodities“. A afirmação foi feita hoje (23), pelo presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, ao abrir, no Rio de Janeiro, o Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex).

Após afirmar que “2016 está sendo um ano difícil para o setor que chegou a ser apontado como alternativa para o país com a queda da atividade interna”, José Augusto Castro lembrou que apesar de a balança comercial já ter ultrapassado o saldo positivo de R$ 40 bilhões na terceira semana de novembro, ele chama o resultado de “superávit negativo” e explica que a cifra ocorreu pela forte queda das importações, resultante da redução da atividade econômica.

Segundo o presidente da AEB, “[Em 2015] havia uma expectativa positiva com os manufaturados [para 2016], que não se concretizou”, explicou. “Com o câmbio a R$ 4, o produto brasileiro seria competitivo. Mas nós estávamos fora do mercado internacional e, para entrar no mercado, tem que desalojar alguém. Nós não conseguimos desalojar os chineses, principalmente”.

Em 2016, a expectativa da AEB apresentada por seu presidente José Augusto de Castro é que as exportações vão cair de 2% a 3%, e, dentro delas, as de manufaturados devem ter uma queda de 1% a 1,5%. O resultado, segundo ele, faz com que o Brasil tenha um nível de exportação de manufaturados em 2016 menor que o de 2006.

A queda das exportações de manufaturados levou o país a um cenário em que esses itens correspondem a 40% das exportações, enquanto commodities preenchem os outros 60 por cento. “Se nada for feito vamos ter que nos contentar em ser uma colônia do mundo industrializado. Vamos exportar apenas commodities”, afirmou Castro.

Castro apontou que a redução de custos, por meio de reformas como a trabalhista, a tributária e a previdenciária, se aprovadas pelo Congresso, virá com atraso. “Já passou o momento. Estamos totalmente atrasados”, disse ele que afirmou que elas “vão doer para todos nós” e exigirão tempo de implementação no qual os produtores ainda precisarão contar com a competitividade do câmbio.

Fonte: Redação

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