Desastres ambientais: tragédia no Sul já é a 2ª maior dos últimos 10 anos no país

A tragédia que atinge o Rio Grande do Sul deixou pelo menos 136 mortos e 141 estão desaparecidos, até este sábado (11/5). Ao todo, são 333 mil desalojados, 71 mil em abrigos. Essa já é considerada o maior desastre ambiental da história do estado.

A enchente em Porto Alegre bateu o recorde histórico de 1941, quando o nível do Guaíba chegou a 4,76cm. Na época, dos 272 mil habitantes de Porto Alegre, 70 mil ficaram desabrigados. Em termos de Brasil, a tragédia no Sul já está entre as 10 com mais mortes. Nos últimos 10 anos, somente a tragédia de Petrópolis, em 2022, teve mais fatalidades, contabilizando 241 vidas perdidas.

Uma pesquisa da Quaest divulgada na quinta-feira (9/5) apontou que 99% dos entrevistados acreditam que as enchentes no Rio Grande do Sul possuem ligação com as mudanças climáticas. De acordo com um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado na quarta-feira (8/5), o Brasil registrou 12 eventos climáticos extremos, sendo nove deles considerados incomuns e dois sem precedentes, em 2023.

A associação do desastre ambiental com as mudanças climáticas foi reforçado por um estudo publicado na sexta-feira (10/5) por um consórcio de cientistas. O levantamento analisou o padrão histórico de eventos meteorológicos na região desde 1979 e concluiu que as enchentes no Brasil são um evento cujas características locais podem ser atribuídas principalmente às mudanças climáticas provocadas pelo homem.

A maior tragédia climática do Brasil ocorreu em 1967 na região da Serra das Araras, no Rio de Janeiro. A estimativa é que duas mil pessoas tenham morridos nos deslizamentos de terra. A tragédia é considerada pela ONU como um dos dez piores deslizamentos de terra dos últimos cem anos.

As enchentes e deslizamentos que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro em 2011 deixou 916 mortes. Foram atingidos os munícipios de oram Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Cachoeiras de Macacu, na Região Serrana, e Areal, na Região Centro-Sul do estado.

Os deslizamentos que atingiram Caraguatuba, em São Paulo, em 1967 deixaram 436 mortos, mas estimasse que tenha tido muito mais mortos, já que muitos corpos não puderam ser encontrados em meio a lama.

Também foi em 1967 que um temporal no Rio de Janeiro causou um desabamento no bairro de Laranjeiras. Mais de 300 pessoas morreram quando uma casa e dois edíficios caíram.

Um ano antes, uma enchente deixou 250 mortos na cidade do Rio de Janeiro. Mais de 50 mil pessoas ficaram desabrigadas.

Em fevereiro de 2022, 241 pessoas morreram nos deslizamentos que atingiram Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Foram registrados 775 deslizamentos de terra em toda a cidade.

Fortes chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro em abril de 2010 deixaram 231 mortos em vários munícipios.

As enchentes que atingem o Rio Grande do Sul em maio deste ano já deixaram 136 mortos. Outras 141 continuam desaparecidas e 756 estão feridas. Outras 141 continuam desaparecidas e 756 estão feridas.

Ao todo, 444 municípios foram afetados pelas enchentes e 71.398 pessoas estão em abrigos. Outras 333.928 estão desalojadas,

Mais de 1,5 milhão de pessoas foram atingidas pelas enchentes no Vale do Itajaí em 2008. 135 pessoas morreram.

Os estados de Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte sofreram com deslizamentos em 2022. O estado mais atingido foi Pernambuco, que contabilizou 128 mortes.

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