“Política industrial é emprego, renda e desenvolvimento”, diz Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou não haver possibilidade de o país crescer se não valorizar a sua indústria. “Não tem desenvolvimento social e econômico, ganho de renda e salários de maior valor se não tiver uma indústria na ponta da vanguarda tecnológica”, frisou. “Política industrial é emprego, renda, desenvolvimento social e econômico.”

As declarações ocorreram na abertura do Seminário Políticas Industriais no Brasil e no Mundo, nesta terça-feira, no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. No evento, Alckmin, presidente da República em exercício naquele momento, disse que o governo deve regulamentar, em breve, a portaria da depreciação acelerada.

O programa Depreciação acelerada para modernização do parque industrial brasileiro vai destinar, inicialmente, R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a compra de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos. A lei foi sancionada em maio, mas depende de regulamentação.

“Devemos, nos próximos dias, já regulamentar a portaria da depreciação acelerada para estimular a renovação de máquinas e equipamentos”, destacou. Segundo ele, a depreciação acelerada substitui máquinas, melhora a produtividade e a eficiência e reduz custos. Atualmente, o Brasil deprecia uma máquina em 15 anos. Com a portaria, isso vai ocorrer em dois anos, apontou Alckmin.

O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi, ressaltou que o Brasil tem de ficar alerta para o fato de as grandes potências estarem investindo recursos significativos para se manter competitivas e se adaptar às tendências atuais. “Em outras palavras, assistimos a uma corrida global, que constrói as novas bases da indústria mundial, com iniciativas ligadas à descarbonização, à transformação digital, à saúde e à vida, bem como infraestruturas urbanas, econômicas e digitais, formação de recursos humanos qualificados e defesa e segurança nacional”, explicou.

Também participante do seminário, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, sustentou que o governo tem avançado na economia. “Os resultados na economia estão de bom tamanho para o que a gente gostaria? Não, não estão. Havia um ceticismo muito grande, havia uma baixa expectativa para o crescimento, geração de emprego, juros, balança comercial, e nós fomos surpreendendo. Não da forma como gostaríamos, mas surpreendemos”, enfatizou. “Precisamos seguir, dando tração à economia, da forma como a gente vem fazendo. A política, em um primeiro momento, é fundamental. Fizemos um esforço maior, para dar estabilidade para as contas públicas do Brasil”, assegurou.

Na avaliação de Durigan, o governo não crê em polarização no Congresso. “Apostamos na formação de consensos no Congresso, estamos dispostos a ceder sobre a ideia inicial concebida na Fazenda”, declarou. “Em 2023, a Fazenda aprovou inúmeros projetos no Congresso. Um deles é a reforma tributária. Muitas vezes, não chamamos de política industrial, mas a reforma tributária, sem dúvida nenhuma, vai trazer uma oxigenação de racionalidade, de simplicidade e de estabilização de expectativa, que vai ser muito positiva para a indústria.”

Durigan também afirmou ser favorável à autonomia do Banco Central, “porque ela garante que não haja oposição política no BC”. “Permite que haja diálogo técnico, entendimento, isso é muito importante neste momento do país. Então, do ponto de vista da economia, temos de proteger o Brasil, proteger o fiscal do Brasil”, apontou ele, que representou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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