Greta Thunberg, Al Gore e Protocolo de Kyoto: às vésperas da COP 28, veja dez datas-chave para a mobilização mundial pelo clima

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou nesta segunda para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Dubai, a COP 28. Durante o evento, que vai até 12 de dezembro, delegados dos 138 países que confirmaram presença vão discutir estratégias para conter o aquecimento global, cujo máximo aceitável, de acordo com o Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC), é de 1,5° C até 2050, em relação às temperaturas registradas na era pré-industrial.

Do primeiro momento de sensibilização à multiplicação dos alertas, listamos dez datas-chave da mobilização internacional pelo clima.

1988: criação do IPCC

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) nasceu em 1988 sob a égide da ONU. Este grupo de especialistas voluntários é responsável por analisar as alterações climáticas e fornecer bases para negociações em conferências sobre o clima.

1992: Cúpula da Terra no Rio

A Cimeira da Terra no Rio de Janeiro (Brasil) lança um primeiro apelo à redução voluntária das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e elabora uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC). Desde 1995, uma Conferência das Partes, ou “COP”, reúne todos os anos os países signatários desta convenção em uma cidade diferente para avançar na luta contra as alterações climáticas.

1997: Protocolo de Kyoto

Na COP3, o Protocolo de Kyoto compromete os países mais industrializados a reduzir as suas emissões de GEE em 5,2% entre 2008 e 2012, em comparação com 1990.

O âmbito do protocolo é reduzido porque não incluía os principais países emergentes, como a China (que se tornou o maior emissor de CO2 em 2006), a Índia ou o Brasil, e porque os Estados Unidos se recusaram a ratificá-lo em 2001.

2007: Prêmio Nobel

O IPCC, que considera no seu quarto relatório que o aquecimento global é “irrefutável”, com o consequente aumento de fenômenos extremos, recebe em outubro o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com o ex-presidente dos EUA Al Gore.

2009: decepção em Copenhague

A COP15 de Copenhague, na Dinamarca, não consegue a conclusão de um acordo global, mas prepara-se um texto político, negociado in extremis, envolvendo a China e os Estados Unidos. O texto estabelece o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a +2 ºC em comparação com a era pré-industrial, mas sem definir os meios para conseguir essa meta.

2015: Acordo de Paris

Adotado em dezembro no final da COP21, o Acordo de Paris é o primeiro pacto que compromete toda a comunidade internacional, com o objetivo geral de manter o aumento da temperatura média global “bem abaixo dos 2 ºC” face à era pré-industrial anterior e, se possível, limite-o a 1,5 ºC.

Mas não existe uma meta vinculativa por país, e a implementação ocorre a nível nacional.

2018: Greta Thunberg e sextas-feiras pelo clima

Numa sexta-feira de agosto de 2018, Greta Thunberg, uma adolescente sueca de 15 anos, está em frente ao Parlamento sueco com uma placa que diz “Greve escolar pelo clima”. Em poucos meses, jovens de todo o mundo seguiram o exemplo: nasceu o movimento “Sextas-feiras para o Futuro”.

Greta Thunberg, que anunciou em 2023 que acabaria com o seu movimento de “greve escolar” ao terminar o ensino secundário, tornou-se o símbolo global de uma geração que luta pelo clima.

2022: emissões recordes e COP decepcionante

A COP27 em Sharm el-Sheikh (Egito) termina em novembro com o fracasso em estabelecer novas ambições para reduzir as emissões de GEE, enquanto um novo recorde para as emissões globais de CO2 marca o ano de 2022, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE).

Dezembro de 2022: Acordo de Montreal sobre biodiversidade

O acordo de Montreal (Canadá), adotado em dezembro, visa travar a destruição da biodiversidade, com o objetivo de “que, até 2030, pelo menos 30% das áreas terrestres, de águas interiores, costeiras e marinhas (…) sejam conservadas e gerido de forma eficaz”.

O empobrecimento da variedade de formas de vida na Terra deve-se à atividade humana, especialmente às alterações climáticas.

2023: IPCC alerta

O aquecimento climático atingirá o limite desejável de +1,5 ºC estabelecido no Acordo de Paris entre 2030 e 2035, alertou o IPCC em março. O verão setentrional de 2023 (junho-julho-agosto) registou as temperaturas médias globais mais elevadas já registadas, de acordo com o observatório europeu Copernicus.

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