Policiais, deputados e moradores fazem ato em apoio a Operação Verão da PM no litoral de SP

Uma manifestação a favor da Operação Verão na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, reuniu moradores, representantes de associações, policiais militares e deputados estaduais, que integram a chamada ‘Bancada da Bala’. O ato ocorreu, na manhã deste sábado (9), na Praça das Bandeiras, na orla da praia do Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo.

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A manifestação busca prestar apoio às operações policiais, incluindo a Operação Verão, que já soma 39 mortes de suspeitos na região e foi alvo de denúncias da Ouvidoria das Polícias de São Paulo e instituições de Direitos Humanos, além de investigação do Ministério Público.

Um palanque montado no meio da praça recebeu autoridades e integrantes de movimentos a favor da polícia, que discursaram sobre a importância das operações no combate ao crime. Além disso, o ato também serviu como homenagem aos policiais militares do Estado.

Além de deputados estaduais, como os representantes da região Tenente Coimbra (PL) e Paulo Mansur (PL), a manifestação contou com a participação de vereadores e autoridades municipais das cidades da Baixada Santista.

A presidente da Associação de Apoio à Família Policial Militar (AFAPM), Renata Marcondes, informou que a manifestação buscou mostrar que a “sociedade de bem está ao lado da polícia” e quer a continuação da Operação Verão. “Se tivermos que falar em mortes, precisamos falar da morte de agentes de segurança pública, que morreram em nome da sociedade”, ressaltou.

Comandante da PM

O comandante da PM na Baixada Santista, coronel Cássio Araújo de Freitas, esteve presente no ato. Ele afirmou que os indicadores criminais da região estão diminuindo com a Operação Verão.

“Se tem uma instituição que defende os Direitos Humanos são as Polícias Militares do Brasil. Eu não vejo nenhuma outra instituição que defenda mais. Nós tiramos armas das ruas, nós tiramos criminosos das ruas”, disse ele, em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo.

De acordo com o coronel, as denúncias em relação aos casos de irregularidades nas abordagens de policiais são apuradas. “A Polícia Militar é tradicional nisso, em apurar todas as suas denúncias, fazer a sua autofiscalização, isso é importante. Nós temos apurado tudo o que chega, mas muito do que é falado, simplesmente é falado”.

Operação Verão

A Operação Verão foi estabelecida na Baixada Santista desde dezembro de 2023. No entanto, com a morte do PM Samuel Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro, o Estado deflagrou a 2ª fase da ação com o reforço policial na região.

Em 7 de fevereiro, mais um PM foi morto, o cabo José Silveira dos Santos. Na ocasião, começou a 3ª fase da operação, que foi marcada pela instalação do gabinete de Segurança Pública em Santos e mais policiais nas cidades do litoral paulista. A equipe da SSP-SP manteve a sede na Baixada Santista por 13 dias.

A 3ª fase da Operação Verão permanece em andamento por tempo indeterminado. Já foram registradas 39 mortes de suspeitos (veja a tabela abaixo).

Segundo a SSP-SP, desde o início da 1ª fase da ação, em 18 de dezembro, 876 criminosos foram presos, incluindo 334 procurados pela Justiça, e 616,2 kg de drogas retiradas das ruas. Além disso, 90 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, foram recolhidos.

Mortes de suspeitos

Cidade Número de mortos Percentual

Santos 19 48,7%

São Vicente 11 28,2%

Guarujá 5 12,8%

Cubatão 2 5,1%

Itanhaém 2 5,1%

Fonte: Fonte: SSP-SP e PM

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Repercussão

A Defensoria Pública de São Paulo, em conjunto com a Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog, pediu o fim da operação policial na região e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos policiais militares.

A Ouvidoria da Polícia de São Paulo e as entidades de segurança pública e proteção de direitos humanos também entregaram à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado um relatório com irregularidades nas abordagens de policiais durante a Operação Verão na Baixada Santista.

Além das denúncias, o documento conta com uma série de recomendações aos órgãos públicos para que cessem as violações de direitos humanos praticadas pela polícia.

O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo, abriu uma notícia de fato para investigar as denúncias de funcionários da Saúde de Santos de que corpos de mortos na Operação Verão da PM na Baixada Santista são levados como vivos para hospitais.

Nesta semana, o secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que não reconhece excessos na ação da Polícia Militar na Baixada Santista durante as operações. No entanto, a declaração foi rebatida pelo ouvidor da Polícia Cláudio Aparecido da Silva. Para a Ouvidoria, o “cenário é de massacre e crise humanitária”.

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